Far Cry 4


 Far Cry 4 diferente do anterior, em que controlávamos um mauricinho em busca de outros mauricinhos, o novo protagonista, Ajay Gale, é um homem em rota de colisão com o legado de seus pais. O jovem chega à Kyrat, no Tibete, a pedido da mãe morta que deseja que suas cinzas sejam espalhadas em sua terra-natal.




 Lá, ele descobre um grupo rebelde, criado pelo seu pai, que luta contra a tirania do colorido déspota Pagan Min (vilões excêntricos virou marca da série). Aceitar esse fardo é obrigatório no game, mas há a opção de como fazê-lo. Existe uma cisão ideológica entre os rebeldes e ambas as facções sugerem as missões que Ajay pode seguir.
 Dessa forma, a linha narrativa de Far Cry 4 começa cheia de opções desde o início - e não apenas nos momentos criados para testar o jogador do terceiro jogo. É curioso acompanhar tais desdobramentos e ambos são satisfatórios, já que frequentemente apresentam situações interessantes (e cheias de adrenalina, usando bem os recursos do jogo). Entre uma decisão e outra, Kyrat fervilha de oportunidades e você deve descobrir logo de início que ignorá-las significa entrar despreparado nas missões mais difíceis. Há bom grau de desafio.

 Tais missões incluem os conhecidos destravamentos de torres e caçadas a animais selvagens, além de missões de resgate de reféns, oportunidades junto a um mercador de armas, tramas paralelas de aldeões, liberação de postos de segurança (que vão de barracos a fortalezas inexpugnáveis), centenas de colecionáveis e ações imediatas como as missões de Carma. Nessa última, conflitos entre soldados reais e rebeldes podem eclodir a qualquer momento, já que o mundo é rico e densamente povoado com criaturas e humanos. Cabe ao jogador decidir se interfere ou não, ganhando preciosos pontos de Carma que podem ser usados para baratear custos de itens e armas.
 Tudo isso é jogado quase que de maneira idêntica a Far Cry 3, mas há novidades valiosas na jogabilidade. A começar pelo gancho de escalada, que usa a verticalidade do mapa para melhorar a locomoção e oportunidades estratégicas. Há a montaria de elefantes também - quase que o mesmo que cavalgar um tanque de guerra - e um mini-helicóptero (o giroscópio) que é divertido demais de usar. Esses elementos podem ser usados em missões paralelas com resultados explosivos. Podem também ser combinados, pois agora há o jogo cooperativo entre até quatro amigos. Auxílio pode ser chamado se uma missão estiver particularmente difícil ou um jogador entediado pode oferecer ajuda a outros. É bastante simples. Mas mesmo quem preferir jogar sozinho pode contar com a ajuda de guerrilheiros NPCs a qualquer momento. É só pagar e eles virão.

 Por último, Far Cry 4 é belíssimo. Jogamos tanto a versão de Xbox One como a de PS4 e ambas apresentam gráficos deslumbrantes, que frequentemente fazem você se esquecer do que está fazendo e ir perseguir alguma nova oportunidade, seja ela um bicho novo pra abater, uma cachoeira que simplesmente está bonita demais ou centenas de outras situações possíveis, em um mundo aberto que testa a concentração de seus visitantes. Mais do mesmo, sim mas a diversão retorna com a mesma intensidade.
                        
                                                                  Trailer do jogo:


Henrique Duarte



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